"O Desafinado" Experimental Mixtape is out!

Imaginem 2 mundos, 2 paixões diametralmente opostas, reunidas numa só obra artística.
Uma fusão entre o Rap, da conhecida cultura urbana do Hip-Hop, e uma viagem pelos espaços
abertos do continente africano em estado bruto.
“O Desafinado” é um projeto como poucos, em que Rissa Boo pinta as paisagens que atravessa, os lugares insólitos que visita, e conta em ritmo e poesia (R.A.P.) situações gravadas no local. Um testemunho musical em 3 línguas, inglês, francês e português, sobre temas variados, por vezes festivos, por vezes profundos, filosóficos, políticos ou simplesmente casuais.
Em termos de produção musical, voltamos às bases do beatmaking, com um desafio claro: Um país = um sample desse país = um tema específico desse país.
Rissa Boo, que é também um garimpeiro e entusiasta da world music, ouve, colecciona e anota no seu diário de viagem, ou compra sempre que possível, os discos que lhe despertam a curiosidade para os poder aproveitar mais tarde.
Há também temas que se estendem ao próprio continente, com o objetivo de transmitir uma
mensagem mais geral a todas as nações e tribos de África.
Rissa Boo trabalha em estreita colaboração com o multi-instrumentista Alexis Bruggeman para
produzir instrumentais feitos à medida que vão desde o familiar ao mais obscuro.
As influências de Rissa Boo vão desde o rap como os Beastie Boys, NTM, MF Doom e Madlib até à música do mundo que enriquece a sua cultura musical todos os dias.
Ao mesmo tempo, a mixtape está repleta de referências literárias, históricas e políticas, criando um projeto de 360° que é também (também!) acompanhado por fotografias de viagens. 360°, dizemos nós!
TRACKLISTING :
1/ Pablo’s Intro
Pablo Martins, também conhecido como “El Gringo Loco”, o seu anfitrião hispânico, convida-o para esta nova experiência auditiva e apresenta-lhe a Rissa Boo Mixtape. Deixem que a sua voz vos leve nesta viagem.
2/ Et Je M'En Vais 4 (FR + EN) (África)
Antes de partir numa roadtrip, imaginamos todo o tipo de coisas. Lugares de que já ouvimos falar
ou que vimos em fotografias ou reportagens. Ficamos motivados e fazemos as malas. A excitação aumenta todos os dias antes do dia D. Deixamos esta sociedade ocidental que nos satura a mente. Partimos!
Rissa Boo usa um tom irónico e desinteressado para descrever as suas razões para partir numa
viagem indefinida para outro continente. “Et Je m'en Vais” é uma faixa cheia de energia positiva,
perfeita para levar de avião, carro, comboio, o que quisermos.
Sempre na estrada!
3/ Inna Medina (Marrocos / FR)
Primeiro país, Marrocos e, mais amplamente, as medinas do Magrebe. Um texto leve e louco que nos perde nestes labirintos e souks de cores e sons variados.
O sample vem de um vinil obscuro de música que funde Jazz e Gnawa, a música nacional de
Marrocos.
4/ Papyrus and Sheesha (Egito)
Esta é uma faixa mais mística, com um magnífico sample do profundo e poético cantor egípcio
Nagat. Um Egito descrito de dia e de noite, entre pirâmides e faraós.
Rissa Boo pousa a caneta aqui e ali, num comboio noturno ou numa tarde sufocante em Abu Simbel, partilhando as suas impressões sobre este país cuja história milenar é, sem dúvida, a mais intrigante do mundo.
5/ skit – It’s Lybia 2011
Um interlúdio ilustrativo.
Estamos sentados num bar, as pessoas estão a conversar, há trânsito lá fora e, ao fundo da sala, a estação de televisão local está a transmitir um discurso político. Estamos aqui durante a primavera Árabe de 2011. Kadhafi está a discursar.
Este interlúdio recorda-nos rapidamente que qualquer viagem, por mais bela que seja, pode ser
comprometida por um acontecimento político. Vamos manter-nos atentos às notícias.
6/ Ask Lucy (Etiópia)
Neste capítulo, Rissa Boo chega à Etiópia mas não faz ideia do que fazer ou para onde ir...
O melhor é pedir conselhos a Lucy, a primeira humana na Terra a viver nesta parte do mundo.
Descobre um país tão rico em história e com uma identidade tão forte que tem o seu próprio ano e o seu próprio calendário. Adis Abeba e o seu jazz sempre arrepiante, Lalibela e as suas igrejas únicas, momentos de uma simplicidade desconcertante e referências culturais que se tornaram globais. O prazer de fazer rap ao som do Ethio Jazz enquanto bate os pés na lendária terra da Abissínia.
7/ Hakuna Matata (Quénia)
Uma faixa de discoteca dançante diretamente da savana, com uma amostra do Nairobi Matata Jazz. Venha divertir-se numa carrinha de safari e diga adeus aos leões! (Mas toma precauções)
Estás no meio do nada, o céu é de um azul brilhante e a natureza é resplandecente.
Nem uma nuvem à vista. Não há problema, meu caro. Hakuna Matata!
8/ Jambo World! (Tanzânia/Zanzibar)
Tema instrumental baseado num sample obscuro descoberto por Rissa Boo. O prazer de variar as faixas e brincar com as texturas sonoras deste grupo tanzaniano. Uma faixa de dança/clube para ouvir numa praia em Zanzibar ou assim que se acorda no telhado de África, Kilimanjaro.
Hello World! Jambo World!
9/ African Rhytmes (África geral)
1975, o grupo afro-americano Oneness of Juju lançou esta faixa poderosa.
Em 2025, Rissa Boo torna-a sua e faz dois versos nesta remistura efervescente.
Um estado de Trans é garantido quando os ritmos africanos ressoam.
Acendam os metais e as lanças. Six-Step / Rocksteady e outras danças de guerreiros no programa.
10/ Skit – Night Travel Thoughts
Quando se está a viajar, por vezes há pensamentos que nos passam ao lado. Outros pensamentos, no entanto, são bastante curiosos à primeira vista, convidando-nos a colocarmo-nos no lugar dos outros, demonstrando empatia no processo.
Pablo convida-o a filosofar aqui sobre este tipo de pensamentos noturnos.
11/ Oí Bandido (Moçambique)
Aqui, o rapper escolhe um sample de Bonga, de Angola, para interpretar uma discussão entre uma criança de 8 anos e ele próprio. Deambulando por esta pequena ilha ao largo da costa de
Moçambique, discutem e trocam impressões sobre tudo e sobre nada, o tempo, a região, as
paisagens, o mundo, a história e a vida.
Rissa fica maravilhada com a cultura de uma criança de 8 anos que estuda numa ilha abandonada, e partilha o prazer desta relação e desta curta amizade numa faixa cantada em português, a língua que liga estes dois destinos.
12/ Momento em Moz
Ilustração sonora de um momento captado na maravilhosa ilha de Moçambique.
13/ Watching the South (África do Sul / Suazilândia / Lesoto)
Quando se tem como objetivo atravessar África de norte a sul, há uma obsessão que se sobrepõe às outras durante a maior parte da viagem: o Sul.
Aqui, através da África do Sul e dos dois países/reinos que esta engloba, nomeadamente Eswatini (antiga Suazilândia) e Lesoto, Rissa Boo faz um rap sobre um sample do jazzman Abdallah Ibrahim sobre a sua viagem ao longo da Garden Road e das montanhas Drakensberg. Uma longa viagem que finalmente termina no Cabo da Boa Esperança e numa vista dos oceanos que se enfurecem contra a ponta do continente. Ao longe, no horizonte, não há nada para além de céu azul e água agitada. Atrás desse horizonte? Podemos imaginar a Antárctida a milhares de quilómetros de distância.
Não se pode ir mais longe. Nós admiramos. Relaxar. E olhamos para o sul.
E depois... voltamos a subir?
14/ O Desafinado (PT)
Uma egotrip, uma apresentação, um Rissa Boo que gosta de se definir mais pelo seu estilo de vida “aventureiro” e sem compromissos do que por uma demonstração de riqueza material.
Bem-humorado e dançante, O Desafinado, que se traduz como “desafinado” como uma guitarra mal afinada, refere-se a um estilo de vida, modo de pensar ou filosofia que está em desacordo com o que a sociedade comercial pretende impor-nos.
15/ Skit Backpacker - Sweet Mama Postcard
Não te esqueças de dar notícias à tua mãe!16/ Perfect Nature Combo (Namíbia-Botswana)
Uma ode à natureza. E que natureza é esta... O primeiro verso mergulha-nos no deserto da Namíbia conhecido como Sossuvlei. É um cenário de morte, de calor, de ocre, de crueldade e, no entanto, de uma beleza indescritível.
Depois, transporta-nos para o coração do Delta do Okavango, no Botswana, para um antípoda
extremo: água a perder de vista, vegetação, vida por todo o lado e um silêncio tranquilo. A
combinação perfeita.
17/ Straight Outta Vic Falls (Zimbabué/Zâmbia)
“Dr. Livingston, presumo? Uma frase famosa proferida pelo jornalista Henry Morton Stanley quando encontrou o pastor escocês desaparecido há 5 anos na África Oriental. Antes disso, o Dr. Livingston descobriu as Cataratas do Zambeze em 1855, a que deu o nome de Cataratas Vitória em referência à Rainha.
O tempo pára neste percurso, e Rissa Boo concentra-se no momento exato em que se encontra em frente a esta cascata que atravessa o Zimbabué e o Zâmbia, sentindo a força das suas águas correntes, a brisa que o atinge e a multidão de gotas de água que lhe salpicam o rosto, as mãos, o corpo e a alma. Como se fosse o cumprimento de toda a viagem. Uma lista de controlo bem preenchida.
18/ Cape to Cairo (África - EN | FR | PT)
“Cape to Cairo” foi originalmente uma frase curta cunhada pelo colonialista britânico Cecil Rhodes, cujo plano ambicioso era ocupar todo o continente africano, da Cidade do Cabo ao Cairo, numa linha contínua. É por isso que esta expressão é tão comum em África, tal como os nomes de restaurantes e lojas.
Aqui, Rissa Boo retoma o termo, desta vez sublinhando a importância da união dos vários estados e tribos africanos contra um inimigo comum partilhado pelos povos do mundo: o capitalismo. Interpretada em inglês, francês e português, esta poderosa faixa conta com um poderoso sample do grande Fela Kuti, e tem como objetivo a união e a luta, tanto pelo próprio continente como pelo resto da humanidade.
19/ Rissa In Africa (África)
Uma grande amostra da música Hi-life do Gana. Um Boom Bap pesado.
E Rissa Boo dá-nos feedback sobre toda a aventura.
O que é que se faz quando já se viveu tudo? Guardá-lo para ti ou partilhá-lo com o mundo?
Uma declaração de amor a África, TO África, por muito diferente que seja.
20/ Outro
Pablo Martins encerra esta mixtape com este discurso final, convidando o ouvinte a fazer as malas, deixar esta vida monótona para trás e juntar-se a Rissa Boo, ou mesmo seguir o seu próprio caminho!
Finalmente, mais uma abertura para mais viagens, mais sons, mais cores, mais vibrações.
Mais vida. Simplesmente.
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